quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Em Breve!


A Sociologia do Lazer é um campo de pesquisa relativamente novo no Brasil, possuindo como principal base teórica, em seus primórdios, a Sociologia Funcionalista do Lazer proposta pelo francês Jofre Dumazedier. A concepção funcionalista do lazer percebia esse fenômeno enquanto uma prática desinteressada, hedonística e pessoal, dando ao ser humano a oportunidade de repousar e se ver livre de suas atividades obrigatórias, descansando seu corpo e mente para voltar revigorado ao trabalho no dia seguinte. A partir da década de 70, o modo de produção capitalista passa por uma série de mudanças que alteram todas as relações sociais, o que consequentemente atinge o fenômeno do lazer. Com o processo de mercantilização das relações sociais, o lazer se transforma em uma prática que serve como forma de manipulação do tempo livre dos trabalhadores. Se antes o lazer era visto como atividade livre e desinteressada, agora ele se tornou uma atividade mercantilizada, programada e que atende aos interesses e demandas do mercado capitalista. Desse modo, sem desmerecer a contribuição que os estudos funcionalistas acerca do lazer trouxeram para a constituição desse campo de pesquisa no Brasil, os artigos que fazem parte dessa coletânea analisam o lazer a partir de uma perspectiva crítica, buscando alternativas, questionamentos e respostas que contemplem a atual lógica de desenvolvimento do modo de produção capitalista e seus desdobramentos na prática do lazer, ou seja, os textos aqui inseridos percebem o lazer enquanto um fenômeno mercantilizado e programado, sendo parte do processo de controle social dos trabalhadores.